quarta-feira, 31 de maio de 2017

PRAZER SELVAGEM

Seu corpo macio, volumoso
Abundante, farto. Não gordo!
Corpo com espaço suficiente pra nele me perder.
Sentindo seu cheiro vulgar e matreiro,
Perdia linjeiro minha nobre razão.
Queimando em calor de desejo esquisito,
Agia em transe de homem e de bicho.
Disposto ao risco dessa impensada fundição
Agarrava-me com força quase sobre humana
Ao devaneio louco da perdição.

Meu corpo magrelo, ousando e mirrado, coitado!
Ficava perdido parado ao seu lado.
Sendo sufocado pelos seus seios fartos, pesados...
Enquanto sugava seu elixir imaginário...
E nesse estado doentio devasso, sucumbia calado
Gemendo contente de frenesi louco,
Pois ser homem forte e viril é coisa pra pouco!

Sua boca grande esganada e bruta
A minha engolia fácil numa fúria absurda!
Boca molhada, macia, norma, carnuda...
Menino imaturo gozando prazer numa cama imunda.

Indelicada, selvagem encarquilhada!
Se entregava faminta voraz numa dança safada
Rasgando minhas costas miúda com unhas de navalhas,
Numa violência histérica embebida de prazer,
Espremia minhas entranhas, alma e honra
Como uma louca medonha a se satisfazer.
Dizendo consigo menino querido
Que leite divino me destes a beber
A um longo tempo sou deste ofício mais nunca comigo senti tal prazer.
Pois sou mulher dura
Suculenta carne madura e nunca foi fácil me satisfazer...
A você menino que me trouxe o riso,
Só quero agradecer.
Pois uma mulher também tem o direito nobre de gozar pra valer.

Walldyr Philho
Poeta/Escritor

Imagem retirada do google