quarta-feira, 28 de junho de 2017

RENUNCIA NECESSÁRIA

Não ouse me beijar!
Se fizeres isso podes serio se machucar.
Sou feita de pétalas de fogo;
Meu pólen é veneno de cianureto!
Posso levá-lo à loucura agonizante dos tormentos.
Já feri a muitos e dessa maldade não me aguento.
Não me subestime! Meu veneno é mortal,
Até sua aproximação a mim pode ser fatal.

     Sangro toxina nociva da paixão.
     Fui ferida, desprezada, machucada...
     Hoje meus sentimentos se enegreceram e disso não tenho culpa,
     A insensibilidade me vestiu como uma capa de defesa,
     Para não cair de novo no engodo da indelicadeza.

Por favor, não ouse me beijar!
É serio, não quero te matar.
Sou flor selvagem, agressiva,
Posso parecer singela mais não sou amiga.
Me escute, por favor não venhas!
Minha consciência pesa pelos crimes que cometi,
Mais se ficares próximo a mim irei sem piedade te ferir.
Não tenho como evitar...
Existem coisas em mim que não consigo controlar!

     Sou a flor que enfeita o jardim da morte.
     Se me desafiares, posso mudar sua sorte!
     Sou fogo quente como o bafo do dragão,
     Tudo isso porque fui ferida no coração.
     Não ouse se aproximar...
     Me tocar, cheirar, me arrancar!
     Embora não queira ser o que sou,
     Um registro de puro feitiço nas mãos da agrura,
     Lamento dizer que desconheço a nobreza da cura.

Só entenda que te amo e quero te proteger.
E a ideia de te ferir me apavora.
Tenho medo que minha condição te leve embora.
Sou flor selvagem que de tristeza chora.

Walldyr Philho
Poeta/Escritor
imagem retirada do Google